MAIS UM

Caríssimos,

Depois de alguns anos, resolvi publicar novamente meu primeiro livro, Vagas Lembranças de Um -Quase- Atleta.

Sei lá, pode ser uma espécie de romantismo. Afinal, é meu primeiro livro de uma lista ainda (ainda?) não tão extensa.

Ou pode ser que esteja sendo difícil pagar as prestações da minha Ferrari.

O fato é que a edição física se esgotou há tempos, e eu achei que talvez ainda houvesse algum maluco… quer dizer, algum leitor de extremo bom gosto que poderia estar se lamentando amargamente por não ter tido a oportunidade de degustar essa obra-prima do humor esportivo.

O fato é que ele está de volta. O coruscante, emocionante, esfuziante, inebriante e engraçadinho Vagas lembranças de Um -Quase- Atleta. A narrativa das aventuras e desventuras esportivas no futebol, jiu-jitsu, triatlo e surfe deste que vos falaescreve.

E pode ser seu com apenas um clique.

Senta o dedo!

https://www.amazon.com.br/VAGAS-LEMBRAN%C3%87AS-QUASE-ATLETA-desventuras-ebook/dp/B09SVPSP9H/ref=sr_1_3?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&crid=XS3TB4TLXPEL&keywords=paulo+marreco&qid=1645439966&sprefix=paulo+marreco%2Caps%2C244&sr=8-3

MINHA VIDA VIRADA AO AVESSO – PRÓLOGO

OI.

Meu nome é Ana Beatriz. Aninha, para os amigos. E, para a minha tia Lelê, eu ainda sou a Ninica. Quando eu era pequena, todo mundo me chamava de Anabê; mas esse apelido foi saindo de moda à medida que eu ia crescendo. Acho que ele não combina muito bem com uma adolescente. Então, hoje todo mundo sempre me chama de Aninha. Quer dizer: de vez em quando meus pais ainda me chamam de Ana Beatriz; mas, quando isso acontece, eu sei que estou em maus lençóis; é sinal de que eu aprontei alguma e estou prestes a levar uma bela bronca ou a ficar de castigo. Sim, porque, se os pais chamam os filhos pelo nome composto, tipo, “Nuno Augusto”, “Paulo Roberto”, “Josefinne Maria” ou “Silvester Stalone da Silva”, eles estão putos conosco. Se for o nome completo, então, você está completamente lascado! Mas disso você também já sabe: eu tenho certeza de que os seus pais fazem a mesma coisa. Aliás, todos os pais do mundo fazem exatamente igual. Tipo, eles devem aprender isso em algum curso, sei lá. Ou então, quando se casam, todos eles recebem um Manual Universal Sobre Como Criar e Irritar os Filhos. Neste manual, a Regra Universal Número Um deve estar escrita em letras maiúsculas, em negrito e italizado: OS PAIS DEVEM CHAMAR OS FILHOS PELOS SEUS NOMES COMPOSTOS QUANDO ESTIVEREM ZANGADOS.

Enfim: como eu ia dizendo, eu sou uma adolescente. Tenho quinze anos. Quer dizer: tecnicamente, eu ainda tenho quatorze, mas faço aniversário daqui a poucos meses. Você pode imaginar a minha ansiedade, certo? Então, para todos os efeitos, eu já me considero uma garota de quinze. E, é óbvio, eu me declaro uma garota de quinze. Você sabe que tem uma diferença enorme, certo? Tipo, uma garota de quatorze anos é uma pirralha que não sabe nada da vida (ou seja, quase como a Valentina, minha irmã de sete anos), enquanto uma jovem de quinze já é praticamente uma adulta, dona do próprio nariz, senhora absoluta de todos os conhecimentos e detentora de todas as manhas!

Estou no primeiro ano do Ensino Médio. Aliás, alguém poderia aproveitar a oportunidade e me explicar porque raios tinham que inventar um negócio tão penoso, tão incompreensível, tão irritante e tão inaceitável como a tal da escola? Tudo bem, eu sei, a gente precisa aprender certas coisas para se formar, vencer na vida, ganhar dinheiro, blá, blá, blá e tudo mais; só que, fala sério: Cinemática?! Eletrostática?! Ah, você está achando complicado? E que tal as ligações covalentes?! Espere um pouco: nós nem falamos ainda dos terríveis Hidróxidos de Arrhenius; o que é isso, alguma arma de algum supervilão da Marvel que pretende destruir o Universo?! MeuJesusCristinho, quem é que se importa com essas coisas?! Quem precisa saber destas coisas? E, como se não bastasse ser obrigada a suportar tudo isso, eu ainda preciso deixar o conforto e o calor da minha deliciosa e aconchegante cama todo santo dia às seis da madruga, faça chuva, sol, neve ou a cidade esteja inundada! Tudo bem, nunca neva em Vila Velha; mesmo assim, é ou não é uma verdadeira tortura? E ainda ter que tomar banho? De manhã cedo? Como alguém em sã consciência pode fazer tudo isso de boa vontade? Diante de tantas dificuldades, matérias esdrúxulas e sacrifícios matinais, como alguém pode realmente gostar de estudar?

Se bem que tem algumas coisas boas na escola –e eu não estou falando só dos meus amigos, da cantina, do professor Guto e do recreio. Eu adoro ler; consequentemente, adoro as aulas de Português –mais especificamente, Literatura. Atualmente, divido meu tempo entre A culpa é das estrelas, de John Green, meu livro preferido por enquanto (meu e de outros, sei lá, duzentos milhões de leitores ao redor do mundo), e Os Lusíadas, que estamos estudando na escola. Tudo bem que o Luís de Camões escrevia difícil pra caramba; mas o seu poema é uma coisa linda. Dá só uma olhada, por exemplo, nos primeiros versos do Canto I:

As armas e os Barões assinalados

Que da Ocidental praia Lusitana

Por mares nunca dantes navegados

Passaram ainda além da Taprobana,

Em perigos e guerras esforçados

Mais do que prometia a força humana,

E entre gente remota edificaram

Novo Reino, que tanto sublimaram;      

 Muito bacana, não é mesmo? Claro que a gente ainda está estudando o significado de tudo isso, e o poema é enorme e tem muitas palavras que eu nunca tinha ouvido falar, mas, convenhamos: mares nunca dantes navegados é, tipo, super legal! Muito melhor do que estudar aqueles tais hidróxidos.  

Então, como você já entendeu, as minhas preocupações são as mesmas que povoam a mente e o coração de todas as meninas de quinze anos, desde que inventaram esse lugar chamado mundo e colocaram nele esse bicho meio esquisito chamado gente: conseguir acordar cedo para não me atrasar (muito) para a escola, passar de ano sem ficar de prova final (tomara!) ou recuperação (Deus me livre!), ter um celular decente, o caderno da Katniss (a garota em chamas!), estar de acordo com a moda, fazer parte da galera descolada (quem gosta de ser nerd?), ver o meu Flamengo campeão (ajuda aí, Mengão!), me divertir nos finais de semana com os meus amigos, ir à praia, ao shopping, comprar aquela linda blusa nova, não engordar…

Sou uma garota normal; torço pelo Flamengo (valeu, Papis. Ótima influência! Há um tempão que o nosso Mengão não ganha nada, mas tá valendo mesmo assim), treino futebol, ando de skate, ouço One Direction, Adele, Selena Gomes, Demi Lovato, Katy Perry e Lady Gaga (divaaaa! Lindaaaa); a-do-ro cinema: Crepúsculo, Jogos Vorazes e Star Wars são meus filmes preferidos. Sou fã da Jennifer Lawrence; Katniss Everdeen, sua linda, quando eu crescer, quero ser um Rouxinol igual a você! Já fui apaixonada pelo Brad Pitt (mas quem não?), pelo Johnny Depp e pelo Leo (DiCaprio, lógico), mas atualmente meu coração balança entre dois novos amores: o guardião da galáxia Chris Pratt e o deus do trovão Chris Hemsworth. Decisão difícil. Ah! E, como eu já mencionei antes, o Guto, professor de Química, também é um gato (o Guto é um gato? Isso até rende um poema). E tem a vantagem de estar mais ao alcance…

Como você deve ter percebido, faço tudo o que uma adolescente de quinze (sim, quinze; você não vai começar também a pegar no meu pé por causa de alguns míseros meses como o meu pai faz, vai?) anos faz. Só que, infelizmente, eu faço ainda outra coisa que nem todas as garotas de quinze anos fazem: dieta. De segunda a sexta-feira eu me alimento praticamente só de folhas, legumes, raízes e carnes brancas; nada de pizza de calabresa ou pepperoni, churrasco, comida japonesa, sorvete de menta com chocolate, açaí com leite condensado e paçoca e castanha de caju e todos os complementos possíveis, Coca-Cola, torta de limão, brownies ou qualquer outra coisa deliciosa. Ou seja: durante a semana, eu não vivo, apenas vegeto. E até nos finais de semana eu tenho que me controlar. Isso quer dizer que eu vivo num estado de fome permanente. Ó, Deus dos altos céus, porque é que as coisas mais gostosas da vida transformam a gente numa baleia?! Tudo isso porque estou, tipo, um pouquinho acima do peso ideal. Tá bom, eu confesso: estou mais do que um pouquinho acima do peso ideal. E, você sabe: estar acima do peso é crime imperdoável entre adolescentes, punido com o exílio durante o período do recreio, além dos olhares debochados e os comentários sarcásticos das meninas. E, o pior: qualquer adolescente gordinha é presa fácil para os malditos bullies que infectam o mundo com o seu arzinho de superioridade, suas almas malignas (tá, eu reconheço, sou mesmo um pouco melodramática), sua absoluta falta de sensibilidade e respeito, e as suas piadinhas infames e impiedosas. E o pior é que os filhos da mãe costumam ser muito criativos na hora de sacanear os outros. 

Moro em Vila Velha, Espírito Santo, Brasil, América do Sul, Terra, Via Láctea, Universo. Uma cidade com um pouco mais de 170 mil habitantes (taí o tipo de informação inútil: como é que alguém vai saber a diferença entre 170 mil e um milhão de pessoas?), quente pra burro, com belas praias, um antigo e famoso convento construído no alto de um morro lá pelos idos de 1660 (alguma coisa a gente tem que aprender na escola), três shoppings centers e quase nada para se fazer. Quer dizer: quase nada em termos de programas de adultos. Claro que, se você é um turista e está passeando, vai ser legal subir ao Convento da Penha, pegar um bronze na Praia da Costa, visitar o acanhado Museu da Vale na estação ferroviária ou se entupir de chocolate na lojinha da Fábrica de Chocolates Garoto; mas, para nós, moradores, repetir esses programas toda semana acaba sendo meio chato e, portanto, a cidade deixa muito a desejar em termos de opções de lazer –se bem que, se meus pais deixassem, eu iria à lojinha da Garoto todos os dias. Para você ter uma ideia, nós só temos um mísero teatro, unzinho só; e eu nem me lembro de quando aquele modesto palco recebeu a última peça! Então, resumindo, em Vila Velha você é praticamente obrigado a gostar de praia, ou então você precisará ser muito criativo se quiser se divertir por aqui. Mas, modéstia à parte, criatividade nunca foi um problema para mim e para os meus amigos. Meus pais e a professora de Artes que o digam.

Estou contando todas estas coisas para você entender que eu sou uma garota comum, normal, e a minha vida é uma vida completamente normal, como a de qualquer outro adolescente normal ao redor do mundo.

Quer dizer: era.

A minha vida era normal.

Quer descobrir o que aconteceu com Aninha? Clique no link abaixo e descubra!

LIVRO NOVO – PRÉ-LANÇAMENTO

Por Paulo Marreco:

PENA

Caríssimos,

Escrever -e, mais ainda, publicar!- um livro no Brasil é um desafio hercúleo. AS dificuldades são tantas que é preciso ser meio doido, meio Dom Quixote para encarar o desafio.

Mas estamos aí nessa luta, e eu adoro isso!

Acabo de finalizar meu novo livro, VIDA VIRADA DO AVESSO.

Trata-se das aventuras de Ana Beatriz e sua turma, a GALERA DO FAROL.

Ana Beatriz é uma adolescente de 15 anos.

Aninha, para os amigos.

Ninica, para a Tia Lelê.

Uma garota normal, como quase todas as garotas de sua idade: estuda, joga bola, sai com os amigos. E briga com a balança. E implica com Valentina, sua irmãzinha mais nova. Aninha vive de dieta.

Sim, uma garota absolutamente normal, até que um acontecimento fundamental transforma sua vida; a partir daí, surgem novos conflitos: familiares, com os amigos…

A partir daí, sua perspectiva de vida se transforma, e todos os temas da vida passam a ser vistos sob uma ótica totalmente diferente.

Para escrever este livro, me baseei na minha sobrinha e nas minhas próprias experiências e dilemas, vividos ao longo de mais de 30 anos dentro do ambiente evangélico

VIDA VIRADA DO AVESSO é um livro voltado para adolescentes e jovens cristãos e aborda com leveza e humor as questões fundamentais que afligem qualquer jovem em qualquer lugar: relacionamento familiar, amizade, namoro, gravidez precoce…

Um livro que nasceu de uma conversa com um pai de adolescentes que sente a necessidade de obras específicas para este público; provavelmente será a primeira obra deste estilo lançada no Brasil.

E, modéstia às favas, o livro ficou bem bacana.

Aninha já leu e adorou!

Estamos em fase de pré-vendas; para viabilizar a impressão, cada exemplar sairá ao preço de apenas R$ 30,00 (trinta reais).

Caso tenha interesse em adquirir o livro, por favor, mande um e-mail para mim (paulomarreco@gmail.com); só assim poderemos saber se será possível a impressão da obra.

Conto com você!

 

O ENCARGO DE APOLO – PARTE V

"- Nem pense em abrir esta porta, doutor. "

“- Nem pense em abrir esta porta, doutor. “

By myself:

Sim, nós, obviamente, trancamos a porta do quarto naquela noite; e, sim, nós fizemos amor naquela noite, naquele deplorável quarto daquele deplorável hotel, naquele pedaço do mundo esquecido por Deus e -segundo nosso anfitrião- cobiçado pelo diabo em pessoa. Fizemos amor intensamente, como há tempos não fazíamos; os velhos ressentimentos e as culpas renitentes decidiram ficar de fora da cama naquela noite memorável; tive a impressão –tive a esperança– de que havia conserto, havia futuro para o nosso casamento, afinal. Quando terminamos, Sue adormeceu profundamente, enquanto eu permaneci acordado; sempre tive dificuldade em cair no sono; não seria justamente naquele pardieiro que eles chamavam de hotel que isso mudaria…

Acendi um cigarro distraído e fiquei um tempo fumando na cama, os olhos gradativamente se acostumando à escuridão reinante no aposento. Lá fora o vento fustigava o prédio, furiosamente e sem trégua. Era realmente impressionante que aquela velha edificação tivesse resistido ao assédio intermitente do vento durante todos aqueles anos. Até que, a despeito de todo aquele barulho incessante, eu também caí no sono.

 

***

 

Chego agora ao centro deste meu relato; aqui começa o meu terror.

Acordei no meio da noite, um tanto atordoado, confuso e com um medo indefinido, como quem acorda de um convincente pesadelo; demorei a discernir onde eu estava. Quando enfim voltei à consciência, olhei para o lado: ali, o vazio; Sue havia se levantado. Chamei por ela; não obtive resposta. Levantei-me e fui até o banheiro; ela não estava lá. Abri a porta, vasculhei o corredor; nada. Foi então que percebi: o vento –isso era realmente possível?- estava ainda mais forte; toda a casa parecia ranger, estalar e sacudir; temendo pela segurança de minha esposa, saí à sua procura. Assim que botei o pé fora do quarto, todos os pelos do meu corpo se eriçaram imediatamente, sem qualquer explicação ou motivo visível; eu não sabia efetivamente o porquê; meus olhos não divisavam qualquer perigo; entretanto, eu sentia que meu espírito estava sendo invadido pelo pânico em seu estado mais puro, intenso e atávico. Todo o meu corpo começou a tremer; mesmo assim, comecei a descer as escadas para tentar encontrar Sue. À medida em que descia, meu coração acelerava violentamente; temi sofrer um infarto a qualquer momento. O suor frio brotou de minha fronte e de minhas mãos trêmulas; minhas pernas fraquejavam, recusando-se a continuar em frente. Meus instintos me mandavam correr, fugir, me esconder; mas, fugir para onde?! Fugir por quê?! Fugir de quê?! Cada fibra de meu corpo parecia ansiar por escapar do perigo iminente; era como se eu estivesse prestes a ser atacado pelo animal mais feroz e mortal. Mas, qual era esse perigo? De onde viria essa terrível ameaça que meu coração pressentia? Do meio da escada, olhei para a sala; Sue não estava lá. Agora já completamente dominado pelo mais insensato terror, desci até o térreo; o saguão estava mergulhado na escuridão da noite. Então, lentamente, uma estranha, fantasmagórica luminosidade começou a se infiltrar pelas janelas; essa luminosidade foi se intensificando até bruxulear por todo o recinto, distorcendo as formas, produzindo sombras e reflexos macabros; ao mesmo tempo, o vento aumentou ainda mais; violentos trovões começaram a reverberar pelos céus. Tive a impressão de que, sob o poder do vento, as paredes estavam prestes a dobrar-se sobre si mesmas; o barulho era enlouquecedor; talvez estivéssemos sendo atingidos por algum furioso tornado. Pelos céus, onde estaria minha pobre esposa?! Meu instinto ordenava imperiosamente que eu fugisse dali, que encontrasse Sue, pegasse meu carro e desse o fora; a despeito do pavor que me dominava por completo, dirigi-me à porta a fim de tentar ganhar a escuridão. Neste momento, uma voz cheia de autoridade trovejou firme em meio às sombras e ao turbilhão cacofônico de sons:

– Nem pense em abrir esta porta, doutor.

CONTINUA…