MARRECOS MIGRAM PARA O NORTE: DE NOVO!

SIM, EU SEI: nosso querido bloguinho anda meio negligenciado.

Tá bom, tá bom: ele está abandonado, jogado às traças, entregue às baratas. Mea culpa, mea maxima culpa. É que o Escritor Fantasma, meu alter ego, meu doppelgänger, tem andado bastante ocupado recentemente. Ele escreveu dois livros e vários artigos nos últimos meses (os quais o mundo jamais saberá que nasceram da pena do fantasma Que Escreve), e não temos tido muito tempo para nosso cantinho aqui.

Mas ninguém é (além do Homem) de ferro e só se vive uma vez e a pandemia do covid parece ter acontecido dois séculos atrás e tiramos férias e fomos mais uma vez em direção às terras do hospitaleiro Tio Sam e estamos inspirados, então, lá vamos nós de novo, como diria o velho Bilbo Bolseiro. Nova Iorque (de novo?! Sim, de novo e de novo e de novo), Las Vegas, Grand Canyon, San Diego e Chicago, entre outras, receberam o Fantasma e seus parcos dólares de braços abertos, e contaremos a seguir algumas de nossas peripécias.

NOVA IORQUE DE NOVO?!

Sim, Nova Iorque de novo. De novo e sempre. Como disse o escritor Thomas Wolfe,

One belongs to New Iork instantly. One belongs to it as much in five minutes as in five years.

Realmente, sentir-se parte de NY é um sentimento que brota automaticamente no coração de quem pisa na cidade. Pelo menos (para a minha grande surpresa, pois, maratimba da Praia da Costa, surfista, jamais imaginei que pudesse me apaixonar por uma megalópole) foi assim comigo e com a Senhora Marreco: amor à primeira vista pela Big Apple. Adoramos percorrer a cidade a pé, descobrir seus recantos, encontrar novos lugares, conhecer novos sabores. Posso estar enganado, mas NY tem tantas opções que acredito que um morador poderia viver toda a sua vida ali sem jamais repetir um restaurante! A cidade parece se reinventar, mutar, crescer; havia atrações que não existiam da última vez que estivemos lá. Sem falar dos shows da Broadway…

Enfim: Nova Iorque é sempre encantadora; nesta série de posts, falarei apenas das atrações que ainda não mencionamos em outras oportunidades. Começamos pelo…

DUMBO PARK

A famosa vista da Ponte de Manhattan
A famosa vista da Ponte de Manhattan. Ao fundo, o Empire State Building

Ela!

As fotos te parecem familiares?

Poster do filme Era Uma Vez na América

Isso mesmo: essa perspectiva da Ponte de Manhattan, vista das ruas do Brooklyn, estampou o cartaz do filme Era Uma Vez na América, de Sergio Leone. Além disso, ilustra incontáveis cartões postais de Nova Iorque e é um dos destinos mais fotografados da cidade. A Ponte de Manhattan liga Chinatown, na parte baixa da cidade, ao centro do Brooklyn, onde se encontra o DUMBO (abreviação de Down Under Manhattan Bridge Overpass, ou Passagem Debaixo da Ponte do Brooklyn) Park. Para se chegar ao DUMBO Park, basta cruzar a Ponte do Brooklyn (de preferência, a pé), outro destino turístico obrigatório em NY.

DICA DO FANTASMA

Bebe água limpa quem chega primeiro na fonte, dizem os árabes: se quiser tirar ótimas fotos sem figurantes indesejáveis ao seu redor e com uma bela iluminação matinal, vá cedo para o Brooklyn (deve valer para qualquer destino turístico). A turistada em peso costuma ir chegando por volta das 10 da manhã; se você já estiver lá por volta das oito, oito e meia, poderá tirar aquelas fotos encantadoras para postar nas redes sociais, sem ninguém atrapalhando sua pose.

Ponte do Brooklyn e o belo Jane’s Carousel com seus 48 cavalinhos de madeira.
Manhattan vista do Brooklyn.
O Fantasma em NY.
Peeble Beach, Brooklyn

Nova Iorque é uma cidade para se conhecer a pé, andando. E, rapaz, como nós andamos! Percorremos ao menos duas dúzias de quilômetros por dia; nestas andanças, um cheiro bastante peculiar nos acompanhou em praticamente todos os lugares. Um cheiro que, no Brasil, geralmente sentimos em locais afastados e menos frequentados; um cheiro que remete à aventura ou ao perigo. O cheiro adocicado da…

Maconha.

Isso mesmo.

Nova Iorque se tornou, em 30 de março de 2021, o 15º estado americano a legalizar o uso recreativo da maconha para maiores de 21 anos (nos EUA, os Estados detém maior autonomia legislativa em relação à Federação). E, julgando pelo cheiro espalhado na cidade, o pessoal anda se divertindo a valer com a cannabis. A justificativa apresentada pelo governador é de que a legalização ofereceria “justiça às comunidades há muito marginalizadas”, além de promover “uma nova indústria que fará crescer a economia” e estabelecer “garantias de segurança substanciais para as pessoas”. Serão cobrados 13% de impostos sobre a venda da maconha.

Honestamente, tenho muito receio quanto à legalização de drogas. Não me entenda mal: já fui usuário de drogas (maconha e álcool; também experimentei LSD) em meu longínquo passado A.C, antes de Cristo. Atualmente, drogas, para mim, só Coca-Cola (muito esporadicamente) e o glorioso Clube Atlético Mineiro. Em minha modesta opinião, o álcool é muito mais perigoso e potencialmente destrutivo; contudo, existem estudos que indicam que o uso de maconha aumenta consideravelmente o risco de desenvolvimento da esquizofrenia. Mas a liberação já é uma realidade em vários lugares ao redor do mundo, e NY agora faz parte do rol. Portanto, vá se acostumando ao cheiro.

Enfim: Voltando ao Dumbo Park, o passeio pelo Brooklyn merece algumas horas de caminhada, contemplando os arranha-céus de Manhattan do outro lado do East River. Nossos planos incluíam tomar um brunch no Timeout Market, porém os preços nos fizeram mudar de ideia. “Quem converte não se diverte”, diz o ditado, e, realmente, se você pretende viajar para os EUA não pode ficar fazendo muitas contas, ou não poderá nem fazer um lanche no McDonald’s. Porém, se não tiver um salário como o dos jogadores de futebol ou cantores sertanejos, também não deve sair por aí rasgando dinheiro.

Lady Ghost in the park

No frigir dos ovos, achamos que não valeria a pena pagar caro por uma refeição que nos pareceu bem comum; optamos por tomar um café no onipresente Starbucks e iniciamos nosso percurso de volta à ilha; NY ainda nos reservava muitas novidades…

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